23 janeiro 2007

Uma música


Numa época em que a música está muito dedo na cara: "você é isso", "faça isso", "seja aquilo", ...!!! Nada como uma música de verdade, e dos Mutantes . E, é preciso mesmo ser um mutante num país onde as festas no Ap não são mais como antigamente, numa época em que as músicas pras cachorras eram dignas. Literalmente, de balançar o rabo.
Vídeo: Vida de Cachorro




Vida De Cachorro
Mutantes
Composição: Rita Lee/Arnaldo D. Baptista/Sérgio Baptista

Vamos embora companheiro, vamos
Eles estão por fora do que eu sinto por você
Me dê sua pata peluda, vamos passear
Sentindo o cheiro da rua
Me lamba o rosto, meu querido, lamba
E diga que também você me ama
Eu quero ver seu rabo abanando
Vamos ficar sem coleira
Vamos ter cinco lindos cachorrinhos
Até que a morte nos separe, meu amor!


(...) Eu acho que é por aí, o sentido da música.

19 janeiro 2007

Saudades dos Raimundos


Pra fazer um rock você só precisa ser honesto. Você não precisa ser um bom compositor, nem tocar bem, nem saber muitos acordes, nem ter uma voz boa.
O Rock não se importa que você grite, seja rouco, nem que se vista bem, nem que faça dacinhas ou siga uma linha harmônica e melódica "padrão". Não tem frescuras.

E, justamente por ser verdadeiro (do coração) a letra, a música e tudo mais acaba saindo muito bom.
O rock lhe permite ser quem você é, e se você tiver uma boa essência tá tudo certo.


Um bom exemplo disso são os Raimundos na formação original, com o Rodolfo. Secos, ocos, brilhantes.












Relembrando:
I Saw you Saying, Mulher de Fases, O Pão da Minha Prima, Eu quero ver o oco, A mais Pedida

16 janeiro 2007

No momento



(...) Estou arrumando mais tempo pra mim mesmo, reduzindo o número de horas na internet pra fazer outras coisas mais importantes como ver o pôr-do-sol.

inté :-)

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Bom dia! Pra onde o Sr. pensa que vai?


Não precisaria nem invocar o respeitável Brizola. O Itamar já teria resolvido essa crise na aviação.

10 janeiro 2007

Ponto e Vírgula ou Um ponto Oito











Conservo a esperança de um dia me livrar da tal expectativa, que só me deixa frustado, preso a uma pressa, e sem pensar direito com meu lado esquerdo do peito. Porque as coisas não estão iguais, nem diferentes, nem indiferentes no mundo, que de tanto girar que me deixa tonto. Onde, um passo maior pode fazer você voltar ao início, mesmo andando pra frente; um círculo. Todos estão tão sedentos de mais tempo, que em todo lugar só se escreve com três pontos...(deitados). Acho que estou esquecendo de parar, e olhar... do prazer de respirar... vivendo no limiar, sem uma vírgula; direto ao ponto.

09 janeiro 2007

Um Momento

Hoje de madrugada, depois do tumulto do aeroporto (lá pelas três horas) enquanto caia uma chuvinha fina, batia um ventinho gelado e subia aquele cheirinho de mormaço, me pequei soletrando o seu nome, olhando fixo pra uma árvore do outro lado da cerca. Quase em sincronia, a cada letra que eu sussurava caia uma gota d'água de uma de suas folhas verdes musgo, como se fossem lágrimas de saudade. Pude sentir isso mais do que ver. Num instante, eu podia jurar que tinha escutado sua voz. Mas podiam ser só aquelas suas palavras afetuosas de ontem de manhã, que ainda ressoavam docemente em minha mente. Não sei direito. Esses momentos são assim mesmo. As palavras não conseguem descrevê-los muito bem. Mas algumas coisas são tão óbvias, que até oito gotas de uma chuvinha leve percebem.

07 janeiro 2007

o crítico


(...)hoje um amigo resolveu falar mal de mim. E na minha cara!!! Porra!!! Custava esperar eu sair? O pior é quando esse carinha vem com a velha estória da crítica construtiva. Ora mais, enfie ela no seu traseiro, seu modafacar!!!! É como o Johnny uma vez disse: ela não existe, ou pode até exitir mas se for pedida(em ambiente privado) mas mesmo assim metade não percebe com tal. Se, elogiar por motivo errado já é chato...O que eu queria dizer é que, trocando em miúdos, todos têm uma verdade, um "mas", ou ponto de vista em relação a algo ou alguém. Acontece que, geralmente, temos a mania de tomar esse pensamento pessoal como verdade, e a partir daí fazer julgamentos do que é certo ou errado. Eu acho que cada um tem um jeito de ser feliz. Às vezes felicidade para algumas pessoas é ficar em casa com a família e o cachorro; pra outros é viver em festas exibindo a roupinha nova; pra outros é ir à igreja; pra outros, lavar o carro. Ninguém é tão sábio ao ponto de simplesmente pegar sua verdade relativa sobre a vida e impor às pessoas como modelo de felicidade.

Conceitos


Dizem que eu não sou muito de falar, que eu não gosto de sair e me divertir, e que sou introvertido. Sobre as “farras” e a timidez, não vou tentar convencer ninguém do contrário, embora tenha alguns bons argumentos. Sobre falar, realmente não sou um bom orador. Expresso-me um pouco melhor de outras formas. Mas falo sim! É que às vezes, não tenho nada para falar mesmo. E além do mais não sou político, nem candidato à cipa ou ao gres. Além do mais, acredito que o mais importante na comunicação não são as palavras, mas a troca de interesse e atenção um pelo outro. Assim, uma conversa cheia de gírias com um morador de rua sobre banalidades, pode ser tão valorosa quanto uma conversa intelectualizada com um professor de engenharia de software. Mas não importa. Esse é só um exemplo idiota pra ilustrar. O mais importante mesmo não dá pra falar.

Meu Carro


Abandonei meu carro, hoje pela manhã. Eu assumo, fui eu e pronto! Afinal era só um carro. Quero começar a caminhar para perder uns quilinhos. Além disto, está na moda esse negócio de não ser materialista. Já posso até imaginar os benefícios de um bom passeio ao ar livre, o cheiro da fumaça, o barulho da mobiletes, os “pit-bulls”, os assaltos. Amanhã de manhã já vou começar minha nova rotina. Eu já cansei de estar isolado do mundo dentro de um carro com ar-condicionado, música erudita, estofados macios, vidros elétricos, enfim, no mais absoluto conforto, certo de que em vinte minutos estaria em meu trabalho, para mais um dia que começara com chave-de-ouro.
A quem eu quero enganar? Ah, meu carrinho...por que fui lhe deixar? Não aprendi a valorizar todos nossos bons momentos. As viagens, as lavagens, as mulheres cheirosas que levamos. Em todas aquelas noites gloriosas você nunca me deixou na mão. Mesmo “no prego”, quando lhe empurrava ladeira abaixo, você nunca buzinou, mas sempre tocou “drive my car” dos Beatles.
Estou trocando tudo isso por uma imposição. Só porque você está velho. Como sou insensível! O que foi que fiz? Onde está o aliciador de carros? Mas não adianta chorar. Vou ter que me conformar com a lembrança de suas calotas, seus faróis de milha verdes, sua direção e manopla importadas, seu freio hidráulico, seu tapete preto. Depois de tudo só me resta andar, andar, andar. Que maravilha, agora sou um atleta! Sou campeão mundial de caminhada, mas não sei nem por onde ir. Eu juro, meu carro ia sozinho. Ele sabia o caminho. Eu ficava só dobrando. Outro dia, como ainda não estou acostumado a andar a pé (apesar de tudo) atravessei o sinal junto com os carros como me era de costume, e bati com a cabeça num poste já meio bambo de outras colisões provocadas por mais gente como eu. Gente que quebra a cara até aprender. Pessoas sedentas por mudanças, buscando fazer seus pequenos milagres, com o jeito de mais um carro desgovernado, que engarrafa nossa cinza cidadezinha.
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