09 janeiro 2007

Um Momento

Hoje de madrugada, depois do tumulto do aeroporto (lá pelas três horas) enquanto caia uma chuvinha fina, batia um ventinho gelado e subia aquele cheirinho de mormaço, me pequei soletrando o seu nome, olhando fixo pra uma árvore do outro lado da cerca. Quase em sincronia, a cada letra que eu sussurava caia uma gota d'água de uma de suas folhas verdes musgo, como se fossem lágrimas de saudade. Pude sentir isso mais do que ver. Num instante, eu podia jurar que tinha escutado sua voz. Mas podiam ser só aquelas suas palavras afetuosas de ontem de manhã, que ainda ressoavam docemente em minha mente. Não sei direito. Esses momentos são assim mesmo. As palavras não conseguem descrevê-los muito bem. Mas algumas coisas são tão óbvias, que até oito gotas de uma chuvinha leve percebem.
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