29 agosto 2007

A Graça do Futebol

Mesmo em meio a tantas e visíveis desandanças em nosso futebol - protagonizadas, principalmente, pelos chamados juízes e cartéis orientais - ainda assim o futebol permanece. Ninguém consegue ainda derrubar suas lastres. Suas bases são fortes, como se, por magia, continuassem fazendo seu trabalho invisível, erguido por suor e movido pela paixão.

Isso, porque o futebol ainda é o único esporte que conserva sua tradição, permanece coerente em sua verdade. Suas regras quase não mudam! Ainda não se tornou mecanizado, robotizado como a maioria dos esportes coletivos. É o fato que faz com que o povo - mesmo quando discorde - o respeite, o entenda desde sempre, e acredite nele. E quem disse que é preciso ser perfeito e certinho em tudo? O futebol nos ensina também isso. Nós podemos simplesmente relaxar e aproveitar. Aliás, o futebol é diversão! Apite o primeiro pênalti quem nunca tentou enganar o juiz? Por isso, hoje, prefiro falar das suas qualidades, que são bem maiores. Os jornais, que falem o resto. Já tem muito gente pra criticar. "E se me derrubar, eu to na área, o juiz tem que apitar".

Pois bem. O futebol é único esporte que consegue unir o maior número de pessoas de todas as culturas, raças e credos, em prol de um objetivo: a Copa do Mundo. Então, qual esporte mais, conseguiu parar uma guerra só pra ver o Pelé jogar? Qual outro consegue, em minutos, arrancar sorrisos e esperança das crianças pobres da África - ou do Brasil mesmo - só pelo fato de a Seleção Brasileira jogar em seu País, com direito a Ronaldinho, Ronaldo Fenômeno (ainda, então) e Kaká? Atos simples, que o fazem o mais democrático da terra. Todos podem jogar, quaquer um mesmo. Pra tanto, não precisa nada além de uma bola, um terreno baldio com cheiro de terra molhada, rodeado de matos, e mais três amigos - cada um torcendo pra um time diferente - unidos pela afinidade e enriquecidos pelas diferenças. Alegres por algo que restou de bom dos "bons tempos". Um refúgio da loucura do mundo moderno, tendencialmente ganancioso e capitalista até os ossos.

Viva a pureza do futebol em todas suas vertentes! O preferido desde os intelectuais, até os operários; desde o garotinho da periferia jogando com sua bola de meia no chão de terra batida até o Maradona, baixinho, voando, e fazendo o gol com a devida e merecida mão divina.
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